quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sobre benefícios

Outro dia estava conversando com meu pai, típica figura sindicalista do ABC, sobre a luta dos trabalhadores e as metas alcançadas por estes em meio de muitas negociações e greves. A maioria das vezes a reivindicação era por aumento salarial, já que a inflação, muitas vezes, comia o valor do salário real dos trabalhadores.Nestes casos, o aumento era real e o poder de compra dos trabalhadores de fato aumentava ''para sempre'', até que a inflação o corroesse novamente. Os ingressantes na profissão que obteve o aumento também se beneficiariam, pois os sindicatos não aceitaram uma diminuição do salário nominal da classe sem estardalhaço.

Porém, outros benefícios, como 13º salário, aposentadoria, abono ou participação de lucros, apesar de aumentar o salários reais dos trabalhadores na época de aplicação, pouco efeito tem ao longo do tempo no salário real dos trabalhadores. O patrão, na hora de contratar, calcula o custo de seu novo subalterno anualmente. A divisão por meses é só um método para distribuir este custo, ou seja, o salário, em um determinado período. Em vez de 12 pagamentos, este poderia ser feito em 24 ou 52 parcelas. O custo final do trabalhador ao fim do ano será o mesmo. Com o 13º salário, por exemplo, ocorreria o mesmo. Não é um ganho real para o trabalhador, e somente mais uma parcela de seu salário anual. Com esta lei, o governo pretende simplesmente deslocar a renda do trabalhador a fim de que ele ''ganhe'' dois salários em um mes e ache que é algo espetacular.

No caso da aposentadoria ocorre algo semelhante, porém o deslocamento temporal é muito maior. Como o brasileiro não tem cultura de poupar, até por ter uma renda pequena que impossibilita diminuir o consumo atual para aumentar o futuro e nao ter muitos incentivos, dado a intervenção do BNDS no mercado de credito, o governo se ve na obrigação de fazer isto por ele. Desconta um pouco de seu salário mensal para garantir o direito dele de anos mais tarde contar com a aposentadoria. Em ambos os casos o governo está decidindo pelo cidadão como ele deve gastar sua renda.

Engraçado que a maioria dos benefícios, excetuando-se a aposentadoria, caem em uma mesma época do ano : em seu fim, próximo do natal. Férias, abono, PL, 13º...geralmente são dados em Dezembro ou Janeiro. Acredito que o principal objetivo disto seja estimular a economia de bens não duráveis nesta época, já que o cidadão é bombardeado com inúmeras oportunidades de compras e com a obrigação moral de comprar um presentinho para alguém especial. Poupar ? Imagina !

terça-feira, 27 de abril de 2010

Algumas matérias nos noticiários nos passam despercebidas, ainda mais se tratando de economia. Pouco importa para o cidadão comum muitas das especulações do mercado financeiro ou ainda certa política econômica adotada pelo governo, desde que seu emprego seja mantido e o preço do feijão não dispare.Porém, um assunto de vital importância para ele é, mesmo sem saber, a questão da concorrência dentro de uma economia capitalista e como ela é defendida.


A defesa da concorrência é muito importante para a sociedade, pois ela tem a capacidade de gerar um bem-estar agregado.Com a livre concorrência, existe uma maior eficiência econômica setorial , trazendo preços baixos e maior qualidade para os produtos, além de propiciar maiores opções de escolhas para o consumidor e estimular inovações tecnológicas.Isto se explica pela constante necessidade dos produtores tornarem seus processos e produtos mais eficientes e baratos para não perderem espaço em um mercado competitivo.

No Brasil, esta defesa é feita pelo CADE - o Conselho Administrativo de Defesa Economica. Este órgão foi criado em 62, porém passou a deter maior autonomia em 94, quando foi transformado em Autarquia.Basicamente, ele atua de tres modos: de forma preventiva, com imposições a fusões e parcerias possivelmente prejudiciais a concorrência; de forma repressiva, multando empresas que praticam cartel,venda casada ou preço predatório; ou ainda promovendo a concorrência, com palestras educativas e cartilhas de conduta.

Uma caso interessante envolvendo o CADE ocorreu no fim da década de 90. Na época, a Colgate, fabricante de pastas de dente, havia adquirido a concorrente Kolynos. O CADE entendeu isto como prejudicial a concorrência no setor, e impôs algumas restrições ao acordo. Foi dado duas opções a Colgate: ou licenciava a marca Kolynos para outra empresa, detendo somente suas fabricas, ou não utilizava a marca Kolynos durante 5 anos, pois provavelmente surgiria, como surgiu ( a Sorriso ) uma concorrente capaz de competir com a Colgate. Pois bem, a empresa então optou pela segunda opção. Porém, até hoje, uma década depois, a marca comprada não foi relançada no mercado.

Existem outros casos famoso, feito a aquisição da Antartica pela Brahma, formando o monstro AmBev, ou ainda a fusão da Perdigão com a Sadia.

Entretanto, a busca do poder econômico pelas empresas, através do crescimento interno, não deve ser reprimido pelo Estado, pois este é regulado pela livre concorrência nos mercados. O que deve ser coibido é o uso deste poder econômico para dominar mercados de forma ilegal, aumentar arbitrariamente lucros e prejudicar a livre concorrência. Neste caso, a empresa estaria colocando em risco o bem-estar agregado formado pelo mercado competitivo e até mesmo se prejudicando a longo prazo, pois sem concorrência, esta empresa se ''acomodaria'' e não melhoria em nada seus processos e produtos, ficando obsoleta.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Farei o mesmo que minha namorada ao ingressar no curso de História : criar um blog para escrever textos e com o tempo verificar a evolução na redação dos mesmo. Porém, agora, ao invés de Historia, o tema central será Economia, de acordo com meu curso no ensino superior.

Provavelmente os textos serão de baixa qualidade, porém servirá como um exercicio.